O Micobacterium leprae tem potencial de agredir e destruir a bainha de mielina e o nervo, com consequente fibrose do nervo. Consequentemente, as manifestações clínicas mais comuns são dor e espessamento dos nervos periféricos.
O paciente pode se queixar de dormência, formigamentos e dores que acompanham o trajeto do nervo periférico. Os nervos mais acometidos pela hanseníase são os nervos: facial, trigêmeo, auricular, radial, ulnar, fibular comum e tibial posterior. Além disso, a palpação desses nervos aumenta significativamente a possibilidade de detectar pontos de neuroagressão pelo bacilo. Esses nervos devem ser avaliados bilateralmente buscando diferenças entre os dimídios, ou seja, espessamento assimétrico, achado sugestivo da hanseníase.
A tabela a seguir apresenta o nome dos principais nervos acometidos na hanseníase, suas funções e o local/técnica de palpação:
Considerando a facilidade que o bacilo apresenta de gerar inflamação e induzir o espessamento fibrosante neural, por vezes acompanhado de dor intensa (neurite), esta aula busca:
ANTUNES, S. L. G. et al. Histopathological examination of nerve samples from pure neural leprosy patients: obtaining maximum information to improve diagnostic efficiency. Mem. Inst. Oswaldo Cruz [online]. 2012, vol.107, n.2, pp. 246-253. ISSN 0074-0276.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM nº 3.125 de 7 de outubro de 2010. Aprova as diretrizes para vigilância, atenção e controle da Hanseníase. Diário Oficial da União 7 out 2010; Seção 1.
CAMPOS, N. S.; BECHELLI L. M.. Sintomatologia nervosa da Lepra. Imprensa Nacional- Serviço Nacional de Lepra, 1946.