Protocolo de vigilância dos casos de manifestações neurológicas com histórico de infecção viral prévia


Há registro de manifestações neurológicas após processos infecciosos pelo vírus da dengue e chikungunya desde a década de 1960, e com o vírus Zika desde 2007.

O surgimento de pacientes com manifestação neurológica com história prévia de infecção viral tem sido registrado em estados com circulação de vírus Zika e circulação concomitante de dengue e/ou chikungunya, principalmente nos estados da região nordeste. As manifestações neurológicas dos pacientes incluem encefalites, meningoencefalite, mielite, Síndrome de Guillain-Barré, entre outras.

Os objetivos gerais são identificar relação entre a manifestação neurológica e infecção por doenças virais, e específicos são descrever os dados clínicos, laboratoriais e epidemiológicos em tempo, lugar e pessoa e determinar a ocorrência de manifestação neurológica possivelmente relacionada à dengue, chikungunya e zika.

A escolha e o número de unidades sentinelas devem ser feitos pelos Estados em conjunto com os Municípios. Recomendam-se os seguintes critérios para seleção:

Considera-se caso suspeito: paciente atendido na unidade sentinela, que apresentou quadro de manifestação neurológica de origem indeterminada e registro de infecção viral prévia até 60 dias antes do início do quadro neurológico.

Entende-se por manifestação neurológica quadros de encefalite, meningoencefalite, mielite, paralisias flácidas agudas, ADEM (encefalomielite disseminada aguda) e/ou Síndrome de Guillain-Barré.

A unidade sentinela selecionada deverá registrar todo caso suspeito por meio da planilha já encaminhada aos estados via Ofício Circular nº 39/2015/GAB/SVS/MS. Esta planilha deve ser encaminhada regularmente (semanal ou mensal) aos Estados e ao Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD).

Os pacientes internados que atenderem a definição de caso suspeito, deverão coletar amostras de soro, urina, líquor e seguir o fluxo para os laboratórios de referência, conforme estabelecido abaixo:

Espécime clínica e quantidade:


SANGUE:

Crianças - coletar no mínimo 3ml e enviar o soro.
Adultos – coletar de 5 a 10 ml e enviar o soro. Armazenar em criotubos e manter/enviar em gelo seco ou nitrogênio líquido. Antes do envio ao IEC/PA, manter a – 70ºC no LACEN ou outro laboratório dispondo de freezer -70ºC.


LÍQUOR:

Crianças e adultos - coletar no mínimo 1ml a partir do início dos sintomas. Armazenar em criotubos e manter/enviar em gelo seco ou nitrogênio líquido. Antes do envio ao IEC/PA manter a – 70ºC no LACEN ou outro laboratório dispondo de freezer -70ºC.


URINA:

Crianças e adultos - coletar no mínimo 3 ml. O processamento das amostras de urina deve seguir o mesmo padrão adotado para o soro. Armazenar em criotubos e manter/enviar em gelo seco ou nitrogênio líquido. Antes do envio ao IEC/PA manter a – 70ºC no LACEN ou outro laboratório dispondo de freezer -70ºC.