Distúrbio nutricional por escassez: desnutrição

Caso haja a presença de fatores extrínsecos e intrínsecos, deve-se avaliar qual dos fatores foi o que, realmente, levou ao quadro de desnutrição grave. Se o fator ambiental for o responsável pelo quadro, deve-se considerar como desnutrição primária para efeito de notificação.

O diagnóstico da DEP grave deverá seguir os seguintes critérios antropométricos e/ou clínicos:

  • Relação peso para a idade abaixo do ponto de corte do percentil 0,1 que equivale ao terceiro desvio padrão negativo (escore Z < -3) de acordo com o padrão OMS/2006.

  • Sinais clínicos de DEP grave (marasmo, kwashiorkor ou forma mista) (SANTA CATARINA, 2013).

Existem três formas de desnutrição energético-proteica grave, a saber (clique nas caixas de texto):

Marasmo
Kwashiokor
Kwashiokor-marasmático

Incide mais em crianças que estão no primeiro ano de vida, caracterizando-se por fácies simiesca, ausência de edema, falta de panículo adiposo, redução da massa muscular, ausência de hepatomegalia, ausência de esteatose hepática, pele queratótica, hipercrômica com descamação furfurácea, olhar vivo, choro que é contínuo, caracterizando um alto grau de irritabilidade, proteínas plasmáticas normais, níveis de glicemia podendo chegar a 20 mg/dl.

Ocorre, geralmente, em crianças na faixa etária de 18 a 36 meses, caracterizando-se por apatia, edema generalizado, hepatomegalia, esteatose hepática e lesões acentuadas de pele, que são do tipo queratótico, às vezes pelagroso e xerósica, podendo aparecer lesões purpúricas, distermia, fotofobia, e até mesmo autismo. Do ponto de vista bioquímico: hipocolesterolemia, hipoalbuminemia, diminuição de lipídios totais e das betalipoproteína, e eletrólitos séricos.

Também conhecida como forma mista é a forma de desnutrição que engloba aspectos clínicos e bioquímicos das duas formas anteriores (SANTA CATARINA, 2013).