A albumina tem meia-vida longa, de cerca de 20 dias, e sua função inclui a manutenção da pressão oncótica e o transporte de hormônios, enzimas, eletrólitos e medicamentos.
Albumina
A albumina sérica é o marcador bioquímico mais utilizado na prática clínica. É produzida no fígado e é a proteína mais abundante no plasma. Clique nas caixas de texto abaixo e conheça mais sobre a albumina.
Meia-vida
Síntese hepática
Concentração sérica
A utilização da albumina como um marcador de desnutrição tem sido motivo de intenso debate entre os pesquisadores. Fortes argumentos podem ser encontrados quando se analisam condições de desnutrição grave e anorexia nervosa. Clique nos botões para acessar o conteúdo.
Concentração de albumina
Síntese de albumina
Mortalidade
Parâmetro bioquímico
Apesar de ainda não estarem claramente definidos os valores de albumina sérica em indivíduos com DRC, os guias de conduta clínica indicam suas concentrações.
Meia vida
A albumina tem meia-vida longa, de cerca de 20 dias, e sua função inclui a manutenção da pressão oncótica e o transporte de hormônios, enzimas, eletrólitos e medicamentos.
Síntese hepática
Os fatores que mais influenciam a regulação da síntese hepática da albumina são a ingestão alimentar, especialmente de proteína, e a presença de enfermidades (ROTSCHILD, 1975). Entretanto, somente uma redução extrema no consumo de proteína leva à diminuição na síntese de albumina e, consequentemente, de sua concentração sérica (FRIEDMAN, 2010).
Concentração sérica
A presença de enfermidades, especialmente daquelas associadas a processos inflamatórios, parece ser a principal causa da redução da concentração sérica da albumina, provavelmente em consequência da redução na sua síntese hepática, do aumento do seu catabolismo e da permeabilidade vascular (MOSHAGE, 1987).
Concentração de Albumina
Nessas enfermidades há significativa perda de gordura e massa magra corporal em consequência da extrema redução da ingestão de proteína e energia, porém a concentração de albumina praticamente não se altera (KRANTZ, 2005). Essas e outras evidências indicam que a concentração sérica de albumina é muito mais afetada por fatores não dietéticos, como processos inflamatórios e catabólicos, idade avançada, comorbidades e perdas urinárias (SANTOS 2003).
Síntese e degradação de albumina
A redução da função renal, per se, não predispõe à hipoalbuminemia, exceto quando há perdas excessivas dessa proteína pela urina ou por meio do procedimento dialítico, especialmente na diálise peritoneal. As taxas de síntese e degradação de albumina de indivíduos com DRC são similares às de indivíduos com função renal normal (COLES, 1970). Porém vale salientar condições que frequentemente acompanham a DRC como a acidose metabólica e a inflamação crônica, as quais podem reduzir, de forma importante, a síntese de albumina (LECKER, 2006).
Mortalidade
Observa-se que, se por um lado, a associação direta entre a desnutrição decorrente de reduzida ingestão alimentar e a concentração sérica de albumina parece pouco provável, a forte relação inversa entre albumina sérica e mortalidade já está bem estabelecida nos indivíduos com DRC. Assim, a albumina tem sido considerada um marcador de estado geral de saúde, haja vista que sua síntese e/ou degradação pode ser influenciada por várias condições clínicas, particularmente aquelas associadas à inflamação, mas também à acidose metabólica, ao estado volêmico e às perdas urinárias ou por diálise (LOWRIE, 1990).
Parâmetro bioquímico
Essa questão, no entanto, não invalida o emprego da albumina na avaliação nutricional de indivíduos com DRC, pois as condições clínicas mencionadas levam ao aumento do catabolismo proteico e do gasto energético e diminuição do apetite, que se mantidos por tempo prolongado, podem contribuir para o desenvolvimento de desnutrição energético-proteica (AVESANI, 2006). Desse modo, a albumina sérica, que é um parâmetro bioquímico de fácil obtenção e amplamente disponível, torna-se um indicador de grande valia na prática clínica.
Referências
AVESANI, C. et al. Inflamation and wasting in chronic kidney disease: partners in crime. Kidney International, v. 70, p. S8-S13, 2006.
COLES, G.A.; PETERS, D.K.; JONES, J.H. Albumin metabolis in chronic renal failure. Clin Sci, v. 39, p. 423-35, 1970.
FRIEDMAN, N.A.; FADEM, S.Z. Reassessment of albumin as a nutritional marker in kidney disease. J Am Soc Nephrol, v. 21, p. 223-30, 2010.
KRANTZ, M.G. et al. The paradoxo f normal serum albumin in anorexia nervosa: a case report. Int J Eat Disord, v. 37, p. 278-80, 2005.
LECKER, S.H.; GOLDBERG, A.L.; MITCH, W.E. Protein degradation by the ubiquitin-proteasome pathway in normal and disease states. J Am Soc Nephrol, v. 17, p. 1807-19, 2006.
LOWRIE, E.G.; LEE, N.L. Death risk in hemodialysis patients: the predictive value of commonly measured variables and evaluation of death rate differences between facilities. Am J Kidney Dis, v.15, p. 458-82, 1990.
MOSHAGE, H.J. et al. Studyof the molecular mechanism of decreased liver synthesis of albumin in inflamation. J Clin Invest, v. 79, p.1635-41, 1987.
ROTSCHILD, M.A.; ORATZ, M.; SCHREIBER, S.S. Regulation of albumin metabolism. Annu Rev Med, v. 26, p. 91-104,1975.
SANTOS, N.S. et al. Is serum albumin a marker of nutritional status in hemodialysis patients without evidence of inflammation? Artif Organs, v. 27, p. 681-6, 2003.