Características das Redes de Atenção à Saúde

Antes de caracterizar as RAS, devemos primeiramente pensar: O que é uma Rede de Atenção à Saúde?

O conceito de Rede de Atenção à Saúde tem sido desenvolvido em vários campos, como a sociologia, a psicologia social, a administração e a tecnologia de informação. Contudo, entre os mais referenciados pela literatura, a ideia vigente é de organização da oferta de serviços organizados em sistema ou rede.

Clique nas abas abaixo e conheça as conceituações da RAS segundo alguns autores:

Mendes
OPAS
Shortell
OMS
Castells

Para Mendes (2009), as RAS seriam organizações poliárquicas de conjuntos de serviços de saúde, vinculados entre si por uma missão única, por objetivos comuns e por uma ação cooperativa e interdependente, que permitem ofertar uma atenção contínua e integral a determinada população, coordenada pela Atenção Básica - prestada no tempo certo, no lugar certo, com o custo certo, com a qualidade certa, de forma humanizada e com equidade - com responsabilidades sanitária e econômica e gerando valor para a população.

A conceituação trazida pela Organização Pan-americana de Saúde oferece detalhamento semelhante, quando preconiza que redes integradas de serviços de saúde, sistemas organizados de serviços de saúde, sistemas clinicamente integrados ou organizações sanitárias integradas podem ser definidos como uma rede de organizações que presta ou provê arranjos para a prestação de serviços de saúde equitativos e integrais a uma população definida; que se dispõe a prestar contas pelos seus resultados clínicos e econômicos e pelo estado de saúde da população a que ela serve (OPS; OMS, 2011).

Para Shortell et al. (1996), são redes de organizações que prestam um contínuo de serviços a uma população definida e que se responsabilizam pelos resultados clínicos, financeiros e sanitários relativos a essa população.

Internacionalmente, a conceituação da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2008) é bastante difundida. Segundo a OMS, o serviço de saúde em rede, organizado a partir da gestão e a oferta de serviços de saúde, permite que as pessoas recebam um contínuo de serviços preventivos e curativos, de acordo com as suas necessidades, ao longo do tempo e por meio de diferentes níveis de atenção à saúde.

Outra conceituação difundida internacionamente é dada por Castells (2000). O autor define redes como novas formas de organização social, do Estado ou da sociedade, intensivas em tecnologia de informação e baseadas na cooperação entre unidades dotadas de autonomia.